Quando começamos a discutir parece que não encontramos mais nenhum jeito de parar. Quem está do lado de fora pensa que são brigas por coisas sérias, mas a gente nunca entra no ponto principal, nunca colocamos na mesa todos os motivos que nos fazem perder a cabeça um com o outro, pelo menos não os verdadeiros, que ficam guardados lá no fundo, mas sabemos que existem. 

Quando percebemos, um de nós já está gritando até esgotar todas as palavras e acordar todos os vizinhos do prédio. Você diz que estou perdendo a cabeça, mas tento te convencer de que sou que mantenho as rédeas. Odeio te ver perdendo o controle, e não suporto me deixar levar pela mesma ira repentina que a sua. 

Eu só acho que a gente tem que decidir quando parar, e uma parte de mim acredita que precise ser agora, nesse exato momento, quando nenhum de nós perdeu o sono ainda e ninguém saiu machucado dessa história que insistimos tanto em voltar, revivendo as mesmas discussões como se fossem elas que alimentassem esse nosso amor, se é que ele ainda consegue se manter em pé depois de tantos paus e pedras que tacamos no outro. 

Você diz que tudo isso começou por causa do meu ciúmes. Que ciúmes? Se eu só busquei entender melhor suas desculpas fajutas, como naquela vez em que você disse que sairia mais tarde do serviço e eu liguei perguntando de você e falaram que já tinha saído fazia horas; você acha que eu não mereço saber a verdade, ou que eu não a aguento? 

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