Eu não sou como as outras

Eu, por outro lado, não aturo os seus joguinhos de querer em um minuto e depois não pensar duas vezes antes de jogar fora. Não serei eu aquela que irá se acostumar aos seus tropeços incorrigíveis que todas as outras tiveram que carregar como fardo, sou independente demais para me prender a ideias que não me satisfazem e a ilusões que me tiram do eixo, gosto de pisar firme, e se eu quisesse sonhar alto quem sabe eu não pularia de paraquedas ao invés de me jogar de cabeça em uma expectativa que talvez no final só me machuque. 

Não é medo. Mas eu me recuso a entrar nas suas armadilhas sabendo que sou a presa, que sou o que você chama de caça. Não me faço de vítima esperando que você venha me socorrer no meio da noite. Diferente das outras, eu sei o que caminho sozinha, e ele parece me levar para bem longe do perigo: você. Vou assumir por um segundo que eu quase me deixei levar por um sorriso que dava cambalhotas no rosto, por um par de olhos que me olhavam tão de perto a ponto de me consumir, você veio com tanta segurança e firmeza que eu quase não resisti. 

Mas eu não sou como as outras garotas que dariam o mundo por você. Sou racional demais para me deixar conduzir por palavras fiadas que nadam querem dizer, que significam muito menos do que eu realmente mereço, porque eu sei o meu lugar e me coloco nele sempre que fico dividida entre o certo e o errado, e nesse meio tempo o único errado da história era você. Eu saí fora antes de ser tarde demais, antes de não haver mais saída nenhuma para me livrar de você. 

Eu sabia cada detalhe do seu histórico, mas eu não fingia que você era o maior santo do mundo, porque você estava muito longe de ser. Não seria eu a próxima a criar uma imagem falsa de quem você não ésó para me iludir um pouco mais, esse não é o meu papel. No começo eu aposto que você achou que eu fosse do tipo que se entrega fácil, que te deixaria ditar as regras facilmente logo de primeira, mas é claro que você se enganou, porque eu não sou como as outras.