Últimos filmes assistidos na Netflix #2


  • Tau

TAU é um filme de ficção cientifica que retrata um jovem chamado Alex, responsável por realizar experiências com seres humanos a fim de desenvolver e estimular seus processos mentais, implantando um "chip" na parte da nuca com o intuito de realizar testes e pesquisas. Alex criou uma inteligência artificial que a denominou de TAU, designando-a o dever de proteger e cuidar da casa em que ambos vivem, e acima de tudo, fazer o possível para evitar que todas as pessoas que Alex mantém como prisioneiro consigam escapar. 

No entanto, uma das garotas aprisionadas por ele - Julia - tenta escapar, e após essa tentativa, tudo parece mudar dentro do ambiente intimidante da casa. Com o decorrer das cenas, observamos um lado novo e diferente de TAU, a inteligência artificial que monitora todos os movimentos de Julia e a obriga a realizar testes e avaliações diárias de acordo com as ordens dadas por Alex. 

Embora TAU seja apenas um "computador"criado para acatar todos os pedidos e ordens de seu criador, a partir das tentativas de fuga de Julia, TAU conecta-se ao lado humano da garota, criando conversas, diálogos e longas explicações sobre a própria humanidade, literatura e música, permitindo que TAU consigo ter consciência de sua existência e classificando-se como uma pessoa. 

TAU me fez refletir no quanto a história, a arte e a literatura é algo que sempre acompanhou os passos dos seres humanos e como todos esses elementos colocados diante de uma inteligência artificial foram capazes - dentro do filme - de estabelecer uma conexão humana e real entre o vilão e o personagem, ultrapassando os próprios limites que Alex criou para TAU. 

  • Anon

Anon também pertence ao gênero de ficção cientifica, e sua história apresenta uma sociedade desenvolvida onde é incomum ocorrer qualquer tipo de crime, e tudo graças a uma tecnologia que possibilita as pessoas o acesso, através dos olhos, a informações pessoais, dados, imagens, conhecimentos e fatos, e assim, todas as pessoas estão propensas a serem vigiadas pelos órgãos policiais e terem suas vidas totalmente vasculhadas.

Essa tecnologia capaz de fazer um indivíduo se conectar e compartilhar informações com outros apenas através dos olhos parece totalmente inovadora, mas me senti acuada e assustada com tal possibilidade, pois no filme o mundo é apresentado de uma perspectiva cinza, como se não existisse realmente beleza ao redor, e que somente o "olho" seria capaz de apresentar esse encanto. 

No decorrer de Anon, um detetive - que inclusive consegue observar a vida de outras pessoas e identificar seus nomes e dados pessoais só de olhá-las - se depara com uma mulher que instantaneamente chama atenção, pois ao analisar seu perfil, ocorre um erro e após isso, esse detetive não consegue mais lembrar de seu rosto e o espaço que ela ocupou em suas memórias é apagado. 

O filme apresenta diversas dúvidas e levanta várias hipóteses e suspeitas ao apresentar alguém que pode ser culpado ou não pelos crimes que começam a acontecer, alguém capaz de se infiltrar em outras mentes - e por meio dessa tecnologia - apagar vestígios, suspeitas e lembranças, cabendo a nos, fazer o julgamento final. 

  • O show de Truman
No começo, achei que estivesse me deparando com uma comédia, e apesar de haver um tom sarcástico e divertido na história, por trás disso existe um relato dramático sobre a vida de um homem que teve sua vida roubada, acreditando desde o seu nascimento em uma mentira que nunca sequer desconfiou, até se questionar e duvidar da verdadeira essência por trás de sua vida simples, de seu casamento e de seus amigos. 

Fiquei extremamente chocada quando percebi que todos os "telespectadores" que conheciam e se aprofundavam na vida de Truman não se importavam com o fato de sua vida ser uma grande mentira e todos os dias vê-lo vivendo uma existência vazia e incompleta não era motivo o suficiente para arrastá-lo para fora desse grande enredo. 

Mas quantas pessoas não vemos por aí que se importam mais com os acontecimentos e fatos da vida alheia do que da própria? As vidas que vemos em novelas e filmes não passam de uma grande mentira, e mesmo assim, não pensamentos duas vezes antes de nos prendermos a elas como se fossem reais ao invés de imaginadas e inventadas, assim como tudo ao redor de Truman. 

  • Arq 
Assisti esse filme há meses, mas encontrei necessidade de citá-lo neste post devido a complexidade de sua história e de todos os acontecimentos que ocorrem dentro de sua narrativa. Em primeiro lugar, o protagonista do filme é maravilhosamente lindo. Arq apresenta um mundo destruído e quase desabitado, ausente de recursos capazes de gerar energia ou eletricidade, e os poucos sobreviventes buscam uma tecnologia desenvolvida para produzir energia ilimitada, uma máquina chamada ARQ. 

No entanto, embora seja um recurso necessário para o mundo, a utilização de Arq gera consequências inimagináveis para quem está ao seu redor. Renton a deixa escondida dentro de um porão de uma casa velha onde se abriga com uma antiga amiga, até o dia em que invasores adentram seu esconderijo em busca de dinheiro e os fazem de prisioneiro, e em certo momento, ambos perdem a pequena batalha que travam com os invasores em uma tentativa de fuga.

Quando se acredita que tudo esteja perdido, Renton inicia o mesmo dia outra vez como se nada nunca tivesse acontecido, acreditando que tudo o que viveu não passou de um simples pesadelo, no entanto é apenas um recomeço, e então o looper se torna constante. Morrer e acordar novamente. Fracassar e acordar novamente. Planejar uma fuga e acordar novamente.

O filme explora inúmeras possibilidades e tentativas, e quando acreditamos que a próxima será concluída com sucesso, nos deparados com um novo recomeço, e um novo looper, sem nos deixar pistas de como será possível escapar do ciclo em que estão destinamos a reviver diariamente, tudo graças a consequência de Arq. 






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