Todos os nossos ontens | Livro
Prometo não me estender demais nessa quase resenha, e digo quase porque não contarei apenas as informações mais essenciais sobre esse livro, mas também como foi o meu sentimento e minhas impressões ao mergulhar tão intensamente em sua leitura. Admito que meu estilo de livro favorito não é ficção, mas de um tempo para cá minhas opiniões e conceitos vem sendo alterados por diversos fatores, portando esse livro foi uma especie de escape da minha normalidade literária e me trouxe uma perspectiva totalmente diferente.
O principal objetivo de Todos os Nossos Ontens é trazer a tona as consequências caso a ciência avançasse tanto a ponto de ser possível criar uma máquina capaz de voltar no tempo. A narrativa da autora Cristin Terril é divida em duas perspectivas diferentes, pois alguns acontecimentos são apresentados sob o ponto de vista de Marina, que vive o seu presente apaixonada pelo melhor amigo James, e Em, que sofreu todos os impactos e implicações após a criação de Cassandra - nome dado a máquina do tempo.
Não é apenas a sua vida que sofre todas as mudanças ocasionadas pela nova descoberta científica, mas o mundo. A sociedade ganha tragédias ainda piores, guerras devastadoras e combates que colocam fim a vida de inúmeros inocentes, e tudo devido a uma disposta infinita de poder. O mundo tornou-se autoritário, ninguém possui liberdade, é difícil andar sem ser visto e não ser questionado, seguindo os dias com um novo sentimento de medo e receio, sem jamais esperar o melhor.
Um dos responsáveis pela criação da máquina do tempo torna-se cruel a ponto de não se importar nem com aqueles que um dia já amou, corrompendo-se pelo poder de dominar o tempo ao seu favor, acreditando que estaria fazendo o bem para o mundo, quando na verdade só o piorou ainda mais, enquanto Em luta para sair de uma cela onde foi feita prisioneira com Finn na tentativa de encontrar uma maneira de interromper a construção da máquina, mesmo que para isso precise usá-la para voltar no tempo e tomar decisões que são capazes de destruí-la.
A leitura me surpreendeu do começo ao fim, e me fez sentir raiva, tristeza e alívio nos momentos certos, quando já não acreditava ser possível revirar os capítulos e imaginar uma nova surpresa. Depois de terminá-lo, consegui entender o quão é possível que haja mudanças em algum período da vida, independente do grau acadêmico, da situação econômica, das motivações internas, todas as pessoas estão propensas a mudarem, mas ninguém jamais saberá se será para melhor ou pior a não ser no momento em que elas acontecem.
Entender personagens como James e saber como para alguns é difícil se desprender de uma ideia após ela estar implantada na cabeça, me fez entender que tudo é uma questão individual e complexa, tanto que por diversas vezes durante a leitura, questionei as suas motivações e o como algumas mentes - como a dele - podem ser tão fechadas a ponto de parecer que estão trancadas a sete chaves.
Todos os capítulos valeram a pena, e os personagens possuem características próprias e únicas que me fiz imaginá-los com tanta facilidade a ponto de entrar na pele de cada um, sentir daquele jeito especifico, capaz me atingir com o mesmo impacto e a mesma intensidade. Conte-me a sua experiência nos comentários caso já tenha lido, e caso não, porque não se dá uma chace de conhecer um universo totalmente novo, com possibilidades intrigantes e paixões cruéis?
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