Era uma vez uma garota que [...]

Era uma vez uma menina de cabelos castanhos e lisos. Muito linda por sinal. Não largava por nada o seu batom escuro, que às vezes se transformava de bege para vermelho. Quem a via de longe sempre imaginava o quão diferente ela parecia ser, mas quem - por um instante de azar - a conheceu, sabia que ela não valia nada. Seus olhos escuros, quase pretos por debaixo dos óculos, a deixavam ainda mais atraente; os garotos não paravam de escrever recadinhos nas redes sociais ou deixar aquele inocente olá no whats, mas a verdade é que nenhum deles a conhecia de verdade para entender o quão otária essa garota poderia ser. 

Era uma vez uma menina que queria ser livre. Ela foi em busca de novos amigos, queria ser a garota popular que senta no fundão e que fala com todos, mas ninguém sabia o quanto ela não tinha dignidade alguma, o quanto vacilona ela era. Fingia uma falsa simpatia, fazia um teatro todos os dias diante de uma plateia que mal imagina o quanto ela era uma vergonha, porque ninguém sabia que ela vestia uma máscara de anjo quando na verdade era a própria serpente.

Era uma vez uma menina que não tinha medo de manipular. Não pensava duas vezes antes de brincar de usar os próprios amigos nos joguinhos de interesse, fingia ser um gato manso quando realmente era um animal selvagem, sem escrúpulos e domesticação, que vai atrás da caça como um leão atrás da presa, faz os amigos como alvo, mas não se arrepende, e mesmo se bater aquela culpa, ela já não vai ter moral o suficiente para ser perdoada. 

Era uma vez uma menina que dizia se garantir. Mas não conseguia nem se quer cuidar da sua própria vida, que não entendia o limite entre diversão e responsabilidade, que contava para todo mundo que amadureceu, mas que não aprendeu a estar pronta para nenhum dos desafios e oportunidades que a vida dá quando se torna adulto, mas ela tenta convencer a si mesmo com atitudes forçadas, com mentiras, com falsos sentimentos e criando um personagem para interpretar, de que ela é alguma coisa, quando na verdade não é nada.

Era uma vez uma menina que só queria transar. Ninguém sabia se era apenas com um ou com todos, porque ela não faz o tipo de garota controlada, que pensa nas consequências dos seus atos e mede os impactos de suas escolhas, porém ela vivia repetindo que não fazia sexo quando percebia que o garota só estava interessado nisso, mas o que ninguém sabia é que ela não se importava em ser só um objeto que se usa e joga fora, e outra, é como costumam dizer, quem fica com fome por muito tempo acaba comendo qualquer porcaria. 


Era uma vez uma garota que não merecia o meu respeito. 

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