Quem é vivo sempre aparece

Eu precisei apagar essa linha umas quinhentas vezes, e mesmo agora, parece que eu não tenho a menor certeza do que quero escrever, ou se realmente devo continuar. Por um segundo, eu quero voltar a escrever todas aquelas linhas finitas de textos, mas por outro lado, eu me sinto fraca demais para fazer isso. Tenho que falar repetidas vezes que tudo bem se colocar dentro de um parágrafo, que não tem problema tentar colocar as dores do mundo dentro de um pedaço velho de papel, mas eu não consigo mais. Sinceramente, eu tenho medo do que pode acontecer se por acaso eu nunca mais pegar uma caneta com aquela mesma sensação de antes, mas eu também tenho medo do que pode acontecer se eu escolher continuar. Eu tenho a impressão de que alguma coisa mudou. Sabe quando alguma coisa frágil quebra, como uma lâmpada, e depois você precisa recolher bem minuciosamente todos os casos quebrados? Então, parece que alguma coisa está se partindo dentro de mim nesse exato momento, e eu não posso simplesmente recolher todos os cacos de uma hora pra outra. Alguma coisa está mudando. Estou perdendo a graça naquelas coisas que eu escrevia, aqueles assuntos já não tem mais espaço aqui no peito, mas as coisas novas que estou buscando, não preenchem o espaço vazio do peito, só aumentam. Parar de escrever me fez ver as coisas como elas realmente são, porque só agora estou vivendo todos os detalhes que sempre observei, pela primeira vez, eu sinto que faço parte de tudo isso, mas até agora eu não sei como digerir todas as informações de uma vez. Não sei como lutar contra a sensação de que estou me tornando aquele tipo de pessoa que sempre odiei. É como Carlos Drummond disse uma vez: "o mundo não vale o mundo; o mundo, meu bem, não vale a pena." E se de fato o mundo valer? E nem as pessoas? Quero acreditar que é mentira, que ainda vale a pena ter esperança, porque se algum dia eu perder tudo o que me faz querer lutar, eu já sei que a batalha estará perdida. 



Quanto mais forte for um homem, mais ele estará sozinho – é uma questão de matemática. E se tiver que passar a vida em hospícios ou em fábricas de aviões, isso em nada alterará sua dor… ou sua grandeza.




 gente de mente fechada, sem empatia, que não quer ficar tristes pelas dores dos outros e pelo cenário 


 Em geral, porém, era um mundo horrível, e eu muitas vezes me sentia tristes pelos outros.


Desde que existam humanos nunca haverá nenhuma paz para nenhum indivíduo nessa terra ou qualquer outro lugar que eles talvez escapem.
Tudo que você pode fazer é talvez agarrar dez minutos de sorte aqui ou talvez uma hora lá.
Algo está trabalhando para você nesse exato momento, e eu quero dizer você e ninguém além de você.




Comentários

Postagens mais visitadas