Desabafo: eu incentivo as pessoas a não serem como você

Sabe aquela sensação de quando você guarda para si todo o peso dos teus problemas e engole tuas adversidades e transtornos a ponto de nem perceber quando está perto de explodir? Então, chegou um momento em que a granada precisa ser provocada, porque agora é preciso cuspir para fora o embrulho do peito, derramar para fora o embaraço que ficou, o descontentamento que perturba, a falha que agride, a maldade que corroí, o impasse que paralisa, a pergunta sem resposta, as palavras entubadas e os distúrbios que amedrontam. 

Eu não escolhi os amigos que tenho, mas sou grata por cada um deles. Alguns me fizeram melhor, outros me fizeram ter coragem, muitos me transmitiram valores que hoje definem quem sou e aonde quero chegar, mas existem uns  leia no singular  que me fazem querer voltar no tempo e desfazer todas as conversas jogadas fora, apagar os papos furados, destruir as aproximações e fingir a mais verdadeira e existente indiferença, porque alguns me enojam do fundo do meu coração. 

Sinceramente, não preciso usar o plural, porque basta colocar tudo o que for dito no mais notável singular para entender a ânsia que sinto, mas alguns seres humanos  leia no singular  não merecem o meu vômito, não valem as palavras ditas no silêncio de um texto, não fazem jus a nenhuma prosa na qual eu seja capaz de expressar a minha repulsa e inquietação, porque o próprio universo deve se encher do nojo que algumas pessoas são. 

No começo, eu juro que não havia entendido. Tudo ficou subtendido, pairando no ar como um balão que segue a direção do vento, no entanto eu estava seguindo a curva de uma longa e incerta armadilha, daquelas que te pegam desprevenidos e te lançam uma corda ao redor do seu pescoço sem você perceber. Eu era a presa que estava indo para o abate, mas não era a minha vida em risco, era a minha paciência, a minha sanidade, a minha paz, porque de algum jeito, essas pessoas  leia no singular  deu um jeito de perturbar a cada centímetro do meu equilíbrio. 

E só agora estou conseguindo voltar aos eixos, e eu tenho uma fé enorme de que esse texto vai recuperar tudo o que eu estava perdendo: minha própria fé. Mas eu aprendi uma coisa no meio de todo esse desgosto e aborrecimento: isso é necessário, me fez entender quem eu não devo ser, quem eu nunca devo cogitar a seguir os mesmos passos, é um belo exemplo de DE QUEM EU JAMAIS QUERO SER, porque essas pessoas  leia no singular  são o entulho do mundo, são as larvas que a própria terra rejeita, são os dejetos que o próprio ser humano descarta, e pior, eu jamais me inspiraria em lixos que não produzem arte, que não são recicláveis e produzem chorume. 

Não que eu seja melhor que alguém, porque eu não sou, porém eu aprendi a me superar todos os dias, a me desfazer de velhos hábitos mesmo que às vezes eu falhe, mesmo que eu tenha receio de nunca conseguir chegar aos meus objetivos, posso dizer com toda a certeza do mundo, que eu sou melhor que ontem, porque uma mente que aprende não é a mesma de quando acorda e vai dormir, e algumas pessoas  leia no singular  são simplesmente um atraso para si mesmo e para a família. 

E foi um atraso para mim também. Ter conhecido tais indivíduos  leia no singular  me fez sentir como se estivesse em um engarrafamento, em um trânsito no meio de um alagamento, diante de uma estrada que não leva a nenhum lugar. Essas pessoas  leia no singular  tem um histórico gigantesco de humilhação para o próprio sobrenome, e se eu fosse mãe ou pai, teria vergonha de ter um filho assim, repleto de irresponsabilidade, imaturidade, infantilidade, mas eu prometi não ser como as pessoas que me causam nojo, também prometi não ser uma vergonha para a sociedade, assim como dar orgulho para a minha família, como eles realmente merecem. 

Alguns amigos  leia no singular  te fazem mal, mas existem uns que te deixam dormentes de tanta aversão, de tanta fobia, de tanta covardia. Alguns amigos  leia no singular  te fazem querer começar de novo só para não precisar ter o desprazer de ter conhecido, mas ainda não inventaram a viagem no tempo, então só resta o mais valioso arrependimento. 

"Se você estiver lendo esse texto, parabéns, você não é essa pessoa. Mas quando a pessoa a quem esse texto foi dirigido lê-lo, vai saber a verdadeira relação direita que existe entre todas essas palavras, porque vai doer lá no fundo, você vai ter sentido o nojo que me causa, a repulsa que me obriga a sentir, a vergonha de já ter dito que era amizade, a pena pela sua família carregar um peso morto como você. Mas você me faz querer ser diferente, ser melhor, você me faz querer traçar uma linha reta em direção a todos os meus objetivos e metas e sonhos, mas não para provar que eu sou melhor, porque eu realmente sou, não é mesmo? Mas para incentivar outras pessoas a não serem o lixo que você é."

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